-Quatro semanas.
-Vocês vão ficar fora por um mês?!
Meio que gritei, eles já estavam arrumando as coisas no carro deles.
-Sim, princesa – começou a dizer meu pai – agüenta sozinha né? Olha, faz amizades, tem esse menino ai...
Revirei os olhos.
-Não quero fazer amizade com menino idiota nenhum, nem parece que eu sou filha de vocês, eu sempre fico em casa sozinha, por que a mamãe viaja toda semana, e você fica no seu trabalho, pai!
-Desculpa, baby.
Disseram eles ao mesmo tempo.
Abraçaram-me uma última vez, eu abracei eles forte, não queria chorar, mas senti umas duas ou três lágrimas rolarem pelo meu rosto.
Eles entraram no carro deles, deram tchau e foram, pareciam felizes, é claro, sem mim. Eles só são felizes desse jeito.
Justin se aproximou mais, eu não agüentei, abaixei a cabeça, não queria que ele me visse chorando. Ele me deu um abraço, e eu retribui, não sei porque.
-Pode chorar se quiser, eu não vou contar para ninguém.
Ah, ótimo, que merda, ele me viu chorar. Senti meu cachorro mordeu de leve meus pés, e parei de abraçar Justin, mais uma lágrima rolou pelo meu rosto, e Justin secou ela para mim.
Peguei meu cachorrinho no colo, e o abracei fraquinho, olhei para Justin, e eu sei que estava ameaçando chorar novamente.
-Quer que eu fiquei aí com você?
Ele perguntou, sem malicia desta vez, sem segundas intenções, ele estava sendo gentil comigo, fofo, um menino perfeito, na verdade.
Fiz que sim com a cabeça, e entramos em casa.
Fechei a porta e deixei meu cute (meu cão, ta? U.U) no sofá, o nome dele é Liam, ele deitou e dormiu, peguei um copo de água e dei para Justin. Ele hesitou, depois pegou, o clima ficou mei tenso, eu olhei para umas fotos dos meus pais, não tinha nenhuma minha, apenas no meu quarto, mas fotos minha com os meus pais, não tinha.
Percebi que Justin tinha bebido toda a água e peguei da mão dele, com delicadeza, e lavei o copo. O telefone tocou.
-Justin, pode atender para mim?
Ele fez que sim e atendeu.
-Alô?
Fui enxugar o copo enquanto prestava atenção na conversa.
-Sim, ela está, Zac.
Ele falou o nome mais alto para que eu pudesse saber quem era. Fiz um sinal que ‘’não’’ com as mãos, acho que ele entendeu.
-Mas ela está tomando banho... Sim, eu digo sim.. Claro, de nada.
Ele desligou e eu guardei o copo, e fui na frente dele.
-O que ele queria?
Perguntei.
-Você.
Ele respondeu, e complementou:
-Por que não quis... Você sabe... Ele queria transar, eu sei disso.
-Ele é um idiota que só pensa no meu corpo.
-Ele já viu...?
-Eu e ele quase transamos... Por que eu estou te contando isso?
Falei desesperadamente.
-Não vou contar para ninguém.
Eu bufei.
-Duvido.
-É sério.
Olhei para o relógio, eram 21:30, estava perto dás 22 horas, meu corpo estremeceu, e ele percebeu. Eu estava nervosa e com frio, então, ele me deu o casaco dele.
Eu tentei recusar, mas ele insistiu.
Peguei e coloquei sobre meu ombro, sentei no sofá, e ele fez o mesmo.
-Olha... Me desculpa falar aquilo de você hoje...
Ele disse, eu realmente fiquei chocada.
-Depois de ter feito eu aceitar transar é fácil pedir desculpas.
Ele suspirou.
-Não precisa fazer isso...
-Você só vai contar para todo mundo né? Eu sei, como lá na quadra de basquete, em um minuto, ninguém sabia dessa aposta idiota, desse negócio idiota de provar, e mais idita ainda por que eu aceitei. E depois, no outro minuto, todos sabiam, né? Quem será que disse?
Ele ficou calado.
-É por isso que eu não queria chorar na sua frente e... Eu admiti, ótimo.
-Eu não vou contar.
-De novo, duvido.
Faltavam cinco minutos para ás 22.
-Vamos com isso logo.
Eu disse, as palavras saíram nojentas de minha boca, eu queria, mas não queria.
Ele suspirou mais uma vez, e eu me levantei, ele fez o mesmo, e passou a mão nos meus ombros, depois, sussurrou no meu ouvido:
-Vou ser delicado, prometo.
Isso me fez arrepiar, mas ele não sorriu.
-Tanto faz.
Eu disse.
Ele segurou meu queixo.
-É sério, por favor, me dá uma chance!
Eu suspirei, e me soltei dele, abri a porta, e meu cachorro veio para cima de mim.
-Vai deitar, Liam!
Ele ficou parado lá, nos meus pés, me irritei com aquilo, tranquei ele dentro da cozinha, tinha água e comida lá, então, ele ia se virar.
Fiquei na porta esperando Justin, ele passou, e abaixou a cabeça.
-Ei...
Eu disse, ele parou e, ainda de cabeça baixa, me escutou.
-Nunca abaixe a cabeça para ninguém, ouviu?
Ele levantou a cabeça e me olhou.
-As pessoas não são superiores que você, Justin... Não abaixe a cabeça para elas, entendeu?
Ele fez que sim, e eu fechei a porta. Ouvi Liam latir.
-Que saco! Ele vai ficar latindo até eu voltar, cachorro besta!
Fiquei meio irritada, devolvi o casaco de Justin, ele pegou, mas percebeu que eu ainda estava com frio e me abraçou.
Andamos até a casa dele, entramos, a casa dele era enorme, também.
Na sala, havia um lustre enorme, de ouro, olhei para os lados, e não vi nenhum adulto.
-Meus pais também não estão em casa.
Ele disse, parecia que lia minha mente.
Pegou na minha mão e subimos, chegou no terceiro andar, e eu não agüentava mais andar de escada.
-Uma casa enorme, e não tem um elevador.
Reclamei, o que fez Justin rir.
-Não pensei nisso quando comprei a casa.
-Percebi.
Chegamos no quinto andar.
-Você sobe até aqui todos os dias?
-Não, meu quarto é no segundo andar.
-E por que eu tive que subir tudo isso?
-Por que o quarto daqui é mais romântico, e, pensei que ia gostar...
Eu bufei, e olhei para ele.
-Eu só estou fazendo isso porque...
Vi que ele ia abaixar a cabeça.
-O que eu disse sobre abaixar a cabeça para os outros?
Ele levantou na hora.
-Melhor.
To amando essa IB cara
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